DISNEY - UM MUNDO DE ESTÍMULOS, EXAUSTÃO QUE NOS FAZ CONHECER OS LIMITES QUE TODOS DEVERÍAMOS PERCEBER ANTES DE ULTRAPASSÁ-LOS

Disney, ah...a Disney! Há anos meus filhos queriam conhecê-la. Neste ano, tomamos coragem e os levamos nestas férias.
A ansiedade tomou conta dos meus dois filhos 20 dias antes da viagem, quando contamos à eles que iríamos para lá.
Já sabíamos dos estímulos, principalmente visuais que encontraríamos por lá.
A atividade cerebral na Disney não é a mesma que no nosso dia-a-dia, algo que nos parece óbvio, porém se formos alguma outra vez para lá, tomaremos cuidado especial em termos de diminuir o ritmo, mesmo que pareça que já está tranquilo, porque algo saiu além do esperado, ainda não consigo detectar exatamente o quê. Mais me parece que foi o todo, o conjunto, este foi o vilão.
No avião foi tudo mais tranquilo do que nas últimas viagens, meu filho não sentiu falta de ar, ficou mais relaxado, quando esteve mais tenso, fez o exercício de respiração que a Maria Helena ensinou à ele, o que funcionou muito bem e o acalmou todas as vezes (o exercício consiste em: inspirar devagar e profundamente durante pelo menos 5 segundos, expirar também contando nos dedos durante mais 5 segundos, repetir a dose por mais algumas vezes até se acalmar e relaxar).
O que houve, foi que meu filho começou a ter tiques muito fortes e seguidos (em sua maioria tiques motores), desta vez, os tiques também contribuiram para que ele ficasse exausto. Imagine você em suas atividades habituais, agora acrescente a sensação de tiques motores pelo corpo todo durante todo o dia e ainda acrescente estar andando, andando e andando pelos parques, acrescente ainda o tumulto de centenas de pessoas, barulhos, gritos, sons, movimentos, luzes, atenção em seus pais e irmão, atenção, atenção, ...tensão pura, que vai além da diversão.
Má alimentação. Não pulamos nenhuma refeição, mas a comida em Orlando é muito ruim. Com relação ao ferro (muito importante, contribui para atenuar os tiques). Aqui no Brasil, ele come feijão todos os dias. Lá fora não comeu seu feijão habitual, e mesmo mantendo a suplementação com as vitaminas diariamente (eu não tinha me atentado a este detalhe), meu filho ingeriu menos ferro que o habitual/necessário, isso pode também ter sido um fator importante no aumento dos tiques.
A maior preocupação, veio quando além dos tiques habituais e já exacerbados, ele começou a andar meio pendurado em nossos braços, andando com o corpinho mole, meio que arrastando os pés para dentro, encolhendo os bracinhos, mas consciente, porém abatido. Como ele não tem mais peso para conseguirmos carregá-lo, íamos apoiando ele do jeito que dava, segurando parte do peso dele.
Percebemos o maior stress, quando lá pelo 8º dia, à noite, ele estava com espasmos (tiques) pelo corpo inteiro, sem parar. Chegamos no quarto do hotel e o pai fez massagem no corpo dele, conseguindo que ele fosse diminuindo os espasmos até que ele relaxasse.
Conversei com a psicóloga Maria Helena e com a Dra Ana Hounie e elas concordaram que devíamos levá-lo ao neurologista para que fosse realizada uma avaliação neurológica, para que fosse verificado se ele estava com alguma outra questão que merecesse cuidado e tratamento.
O levamos no último sábado, no Dr Fernando Kok, ele e a Dra Fernanda o avaliaram e descartaram qualquer outro problema neurológico, graças à Deus! Que alívio! Voltei a sorrir.
Conclusão: quando se tratar de Tourette e for submetido à muitos estímulos, não entre de cabeça, vá com mais calma, mais devagar e o mais suavemente possível, porque apesar da mente se sentir bem disposta, o corpo não perdoa, ou melhor, o corpo é um mecanismo inteligente que entra em "pane" quando está no limite, por pura segurança, para não "quebrar", todos devemos aprender a ir mais devagar, com calma, relaxado, é um exercício que devemos praticar "todos os dias das nossas vidas" com Tourette ou não.
Vá à Disney, há muito o que curtir por lá, mas vá em ritmo lento, descanse o equivalente ao período de atividade, desse modo, em equilíbrio, ficará bem, sem problemas.
Abraços.



2 comentários:

  1. Recentemente fizemos duas viagens com nossos filhos! Uma ao Beto Carreiro, que seguindo as dicas da Cláudia, tentei dar pausas e descansos. Fomos em 2 dias e por isso foi tranquilo. Poucos tiques, quase imperceptíveis. No feriado fomos a um resort e ficamos 4 dias, água quentinha e brincadeiras intensas com os monitores, eles se divertiram muito, entretanto desencadeou uma crise de tiques motores no pescoço e face de minha filha. Então lembrei desse post da Claudia, sobre alimentação e estímulos(no resort havia muito refrigerante à vontade, doces e agitação) Voltando para casa, quase que imediatamente os tiques diminuíram. Gostaria de compartilhar essa passagem, que reforça a experiência do post da Claudia! Um bjo a todos.

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